segunda-feira, 11 de abril de 2011

Até que ponto monstros são monstros?


O ser humano não é capaz de fazer justiça. Somos sujos, imundos, não conseguimos manter uma sociedade estável e precisamos de meios ainda mais podres para manter nossa ilusão de “perfeição” viável. Massacramos quem foge do comportamento que consideramos ideal, chamando de justiça o que na verdade é VINGANÇA. Nossa conduta para com os “marginais” é baseada puramente na vingança, passando muito longe do que deveria ser justiça. Justiça seria que todos tivéssemos condições dignas de subsistência. Justiça seria que todos tivéssemos educação de qualidade, saúde de qualidade, salários dignos e baixa desigualdade social. Justiça seria que o indivíduo que perdeu a noção do certo e errado tivesse a possibilidade de se ressocializar. Justiça seria se conseguíssemos enxergar que, por trás de todo monstro, há uma história que transpassa nosso limite de observação. Somos cegos. Cegos de ódio, cegos de rancor, cegos por nosso ideal de perfeição. Queremos vingança, queremos a morte dos que nos fazem mal, sem nunca termos parado para pensar no mal que anteriormente o indivíduo pudera ter sofrido.

O caso do rapaz Wellington Meneses não sai dos noticiários e serve para mais uma vez colocarmos a mão na consciência. Wellington invadiu sua ex-escola e assassinou 13 jovens, destroçando famílias e manchando a história brasileira de sangue. Odiamos Wellington, odiamos ao ponto de ficarmos felizes em ver sua foto morto com o tiro da própria pistola na cabeça, pois consideramos que sua morte foi boa para a “justiça”. Mas quem era Wellington Meneses?

Analisamos o caso com nossos olhos reducionistas e falhos, pensando somente em seu ato criminoso e desumano, mas a esmagadora maioria está simplesmente, se me permitem, CAGANDO para tudo que vem por trás de sua atitude. Fodam-se as razões, ele é um monstro e ponto, não é verdade? Sim, ele é, mas por quê?

Como cresceu Wellington? Pelo que ele passou? O que levou o sujeito a se tornar um sociopata trancado em seu quarto quase 24 horas por dia em seu computador, alimentando um ódio supremo que não conseguimos compreender? O que faltou? Família? Educação? Amor?

“Ora, foda-se, eu jamais faria o que ele fez” – Será que não? Será que Wellington também não estaria dizendo isso se tivesse crescido como nós crescemos?

O objetivo deste texto não é passar a mão na cabeça do rapaz, muito menos defender seu ato. Devemos, sim, repudiar qualquer atitude como essa, ou perdemos nossa essência humana. Compreender e aceitar seria o passo lógico mais simples que poderia nos igualar a uma máquina puramente racional. Somos a junção da emoção com a lógica, muitas vezes deixando a lógica com um percentual quase invisível nessa equação, mas uma coisa nós não podemos deixar de dizer: Wellington não agiu sozinho, ele se tornou o que a sociedade permitiu que ele se tornasse, um monstro.

Como Wellington, outros virão. Nós os odiaremos e continuaremos atrás de nossas máscaras hipócritas, lutando contra os que fazem aquilo que nós não queremos que eles façam, mas sem nos preocuparmos de verdade com os detalhes da história de cada um, sem pensarmos em corrigir as RAÍZES dos problemas, mas sim apagar da história aqueles que se tornam um problema.

Nosso desejo por vingança continuará. Já a justiça... Bem... Se pararmos para enxergar de verdade, não estamos muito preocupados com ela.

Um comentário:

  1. o unico geito de coisas assim acabarem e a sociedade tomando juizo e mudando sua forma de ser pois a sociedade brasileira mesmo sendo pobre e mizeravel quer ser como nos paises de primeiro mundio ... e o pior ee que so copiam as coisas ruins por que não copiar as forma de politica da europa ao invez dos bullings americanos !!!
    e esses assssino loucos q inxcentivão tais atrocidades não deveria incentivar a matar pessoas inocentes e sim pessoas do tipo do vereador q diz merda para os outrros e politicos corruptos !!!

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